O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou, na sexta-feira (04), que a Sérvia mudará sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, tornando-se o primeiro país europeu a seguir os Estados Unidos na mudança.
“Agradeço ao meu amigo, o presidente da Sérvia pela decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de transferir sua embaixada para lá”, disse Netanyahu. “Gostaria também de agradecer ao meu amigo, o presidente Trump, por contribuir para essa conquista.”
Netanyahu revelou a ação da Sérvia, acrescentando que a transferência acontecerá até julho de 2021.
Em dezembro de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e anunciou a mudança da embaixada dos EUA em Tel Aviv.
A notícia da ação da Sérvia, que não é membro da UE de 27 países, coincidiu com o anúncio de Trump de que os ex-inimigos Sérvia e Kosovo haviam concordado em um pacto histórico para normalizar as relações econômicas.
Capital indivisível
Israel assumiu o controle de Jerusalém Oriental em 1967 e mais tarde a anexou em ações nunca reconhecidas pela comunidade internacional.
Ela considera a cidade sua capital indivisível, mas a Autoridade Palestina (AP) vê a parte oriental ocupada de Jerusalém, incluindo a Cidade Velha com seus locais sagrados, como a capital de seu futuro estado.
As Nações Unidas e a União Europeia, principal parceiro econômico de Israel, dizem que o status final da cidade deve ser negociado entre israelenses e palestinos, antes que os países não instalem suas embaixadas ali.
Netanyahu também anunciou que Israel havia estabelecido relações diplomáticas com Kosovo, que declarou independência da Sérvia em 2008.
“Kosovo se tornará o primeiro país de maioria muçulmana a abrir uma embaixada em Jerusalém”, disse Netanyahu em um comunicado. “Como eu disse nos últimos dias – o círculo de paz e reconhecimento de Israel está se expandindo e mais países devem se juntar.”
Cidade disputada
A decisão de Trump de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém há três anos desencadeou a indignação palestina e uma onda de choque diplomático.
Até o momento, apenas a Guatemala seguiu seus passos, abrindo também sua missão diplomática na cidade sagrada em maio de 2018.
O anúncio de sexta-feira também foi feito menos de um mês depois de Israel e os Emirados Árabes Unidos concordarem em normalizar os laços em um acordo mediado pelos EUA.
O acordo, que deve ser assinado em cerimônia na Casa Branca nas próximas semanas, seria o primeiro de Israel com uma nação do Golfo e o terceiro com um país árabe depois do Egito (1979) e Jordânia (1994).
A questão de Jerusalém é uma das mais sensíveis no conflito israelense-palestino de décadas.
A Cidade Velha, um Patrimônio Mundial da UNESCO, inclui o terceiro local mais sagrado do Islã – a Cúpula dourada da Rocha e a mesquita de Al-Aqsa.
É também o lar do Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado onde os judeus têm permissão para orar, e da Igreja do Santo Sepulcro no local onde os cristãos acreditam que Jesus foi crucificado e enterrado.
Mais de 200.000 colonos israelenses vivem na Jerusalém Oriental ocupada, onde vivem cerca de 300 mil palestinos.
Fonte: Guiame, com informações da Al Jazeera